Sunday, October 21, 2007

The Court of the Crimson King

The rusted chains of prison moons
Are shattered by the sun.
I walk a road, horizons change
The tournaments begun.
The purple piper plays his tune,
The choir softly sing;
Three lullabies in an ancient tongue,
For the court of the crimson king.

The keeper of the city keys
Put shutters on the dreams.
I wait outside the pilgrims door
With insufficient schemes.
The black queen chants
The funeral march,
The cracked brass bells will ring;
To summon back the fire witch
To the court of the crimson king.

The gardener plants an evergreen
Whilst trampling on a flower.
I chase the wind of a prism ship
To taste the sweet and sour.
The pattern juggler lifts his hand;
The orchestra begin.
As slowly turns the grinding wheel
In the court of the crimson king.

On soft gray mornings widows cry
The wise men share a joke;
I run to grasp divining signs
To satisfy the hoax.
The yellow jester does not play
But gentle pulls the strings
And smiles as the puppets dance
In the court of the crimson king.


***


As correntes enferrujadas de luas-prisão
São estilhaçadas pelo sol.
Eu percorro uma estrada, os horizontes mudam
O torneio começou.
O flautista roxo toca a sua melodia,
O coro suavemente canta;
Três canções de embalar numa lingua anciã,
Para a corte do rei carmesim.

O guarda das chaves da cidade
Pôs persianas nos sonhos.
Eu espero à porta do peregrino
Com planos insuficientes.
A rainha negra canta
A marcha funerária,
O sino de latão rachado irá soar;
Para chamar a bruxa do fogo
Perante a corte do rei carmesim.

O jardineiro planta um relvado
Enquanto pisa uma flor.
Eu persigo o vento de um barco prisma
Para saborear o doce e o amargo.
O cortês malabarista levanta a sua mão;
A orquestra começa.
Enquanto lentamente roda o volante estridente
Na corte do rei carmesim.

Em ligeiras manhãs cinzentas viúvas choram,
Os sábios partilham uma piada;
Eu corro para agarrar sinais divinos
Para satisfazer o embuste.
O arlequim amarelo não toca
Mas gentilmente puxa os fios
E sorri enquanto as marionetas dançam
Na corte do rei carmesim.


"The Court of the Crimson King", written by Peter Sinfield for King Crimson. / "The Court of the Crimson King", escrito por Peter Sinfield para os King Crimson.
(Album - "In the Court of the Crimson King")
(Original in english. / Original em inglês.)
(Translation by me. / Tradução feita por mim.)



















Dedicado á Ana Novais! :D

Thursday, October 18, 2007

Sins of the Father

God said: "Don't give me your tin horn prayers
Don't buy roses off the street down there"
Took it all and took the dirt road home
Dreaming of Jenny with the light brown hair

Night is falling like a bloody axe
Lies and rumours and the wind at my back
Hand on the wheel, gravel on the road
Will the pawn shop sell me back what I sold?

I'm gonna take the sins of my father
I'm gonna take the sins of my mother
I'm gonna take the sins of my brother
Down to the pond

Birds cry warning from a hidden branch
Carving out a future with a gun and an axe
I'm way beyond the gavel and the laws of man
Still living in the palm of the grace of your hand

World's not easy, the blind man said
Turns on nothing but money and dread
Dogs been scratching at the door all night
Long neck birds flying out of the moon light

I'm gonna take the sins of my father
I'm gonna take the sins of my mother
I'm gonna take the sins of my brother
Down to the pond

Smack dab in the middle of a dirty lie
The star spangled glitter of his one good eye
Everybody knows that the game was rigged
Justice wears suspenders and a powdered wig

Dark town alleys been hiding you
Long bell tolling is your Waterloo
Oh, baby, what can you do?
Does the light of God blind you or lead the way home for you?

I'm gonna take the sins of my father
Take the sins of my mother
I'm gonna take the sins of my brother
Down to the pond

God all mighty for righteousness sake
Humiliation of our fallen state
Written in the book of tubold Cain
A long black overcoat will show no stain

Feel the heat and the burn on your back
The rip and the moan and the stretch of the rack
All my belongings in a flour sack
Will the place I come from take me back?

I'm gonna take the sons of my father
Take the sins of my mother
Take the sins of my brother
Down to the pond

Hang me in the morning on a scaffold yea big
To dance upon nothing to the tyborn jig
Treats you like a puppet when your under his spell
Oh, the heart is Heaven, but the mind is Hell

Jesus of Nazareth told Mike of the weeds
I's born at this time for a reason you see
When i'm dead i'll be dead a long time
The wine's so pleasing and so sublime

I'm gonna take the sins of my father
Take the sins of my mother
I'm gonna take the sins of my brother
Down to the pond

Kissed my sweetheart by the chinaball tree
Everything I done is between God and me
Only He will judge how my time was spent
Twenty-nine days of sinning, and forty to repent

The horse is steady but the horse is blind
Wicked are the branches on the tree of mankind
The roots grow upward and the branches grow down
It's much too late to throw the dice again, I've found

I'm gonna take the sins of my father
Take the sins of my mother
Gonna take the sins of my brother
Down to the pond

I'm gonna wash them
I'm gonna wash the sins of my father
I'm gonna wash the sins of my mother
Wash the sins of my brother
'Til the water runs clear


***


Deus disse: "Não me venhas com as tuas pequenas orações
Não compres rosas na rua lá de baixo."
Levei tudo e segui o caminho de terra até casa
A sonhar com a Jenny com o seu cabelo castanho

A noite está a cair como um machado sangrento
Mentiras e rumores e o vento nas minhas costas
Mão no volante, brita na estrada
Irá a loja de loja de penhores voltar a vender-me o que vendi?

Eu vou levar os pecados do meu pai
Eu vou levar os pecados da minha mãe
Eu vou levar os pecados do meu irmão
Até ao lago

Pássaros cantam avisos de um ramo escondido
Esculpindo um futuro com uma arma e um machado
Estou muito para lá do martelo do juiz e das leis do homem
Vivendo ainda na palma da graça da tua mão

O mundo não é fácil, disse o cego
Acaba em nada que não seja dinheiro e pavor
Cães estiveram a arranhar a porta toda a noite
Aves de longos pescoços a voarem do luar

Eu vou levar os pecados do meu pai
Eu vou levar os pecados da minha mãe
Eu vou levar os pecados do meu irmão
Até ao lago

Socada de leve a meio de uma horrível mentira
A estrela adornada de brilho no seu único olho bom
Toda a gente sabe que o jogo foi viciado
A justiça usa suspensórios e uma peruca

Becos de cidades escuras têm-te escondido
O soar dos longos sinos é a tua Waterloo
Oh, querida, que podes tu fazer?
Será que a luz de Deus te cega, ou te ilumina o caminho para casa?

Eu vou levar os pecados do meu pai
Eu vou levar os pecados da minha mãe
Eu vou levar os pecados do meu irmão
Até ao lago

Deus todo-poderoso pelo interesse do Bem
Humilhação do nosso Estado caído
Escrito no livro de Cain
Um longo sobretudo não irá mostrar manchas

Sente o calor e a queimadura nas tuas costas
O rasgar e o gemido e o esticar do estirador*
Todos os meus pertences num saco de farinha
Irá o lugar de onde vim aceitar-me de volta?

Eu vou levar os pecados do meu pai
Eu vou levar os pecados da minha mãe
Eu vou levar os pecados do meu irmão
Até ao lago

Eles ir-me-ão enforcar de manhã no grande cadafalso
Para dançar sobre o nada, ao som da celebração
Trata-te como uma marioneta quando estás sob o seu feitiço
Oh, coração é o Paraíso, mas na mente é o Inferno

Jesus da Nazaré disse ao Mike das ervas
"Eu fui nascido nesta altura por uma razão, percebes?
Quando eu morrer, vou estar morto por um longo tempo
Mas o vinho é tão agradável e tão sublime."

Eu vou levar os pecados do meu pai
Eu vou levar os pecados da minha mãe
Eu vou levar os pecados do meu irmão
Até ao lago

Beijei a minha amada ao pé de uma Conteira
Tudo o que já fiz é entre Deus e mim
Apenas ele irá julgar como o meu tempo foi gasto
Vinte e nove dias de pecado e quarenta para arrepender

O cavalo vai firme, mas o cavalo é cego
Malvados são os ramos da árvore da humanidade
As raízes crescem para cima e os ramos para baixo
É demasiado tarde para atirar de novo os dados, apercebi-me

Eu vou levar os pecados do meu pai
Eu vou levar os pecados da minha mãe
Eu vou levar os pecados do meu irmão
Até ao lago

Eu vou lavá-los
Eu vou lavar os pecados do meu pai
Eu vou lavar os pecados da minha mãe
Lavar os pecados do meu irmão
Até que a água corra limpa



* Estirador - Instrumento de tortura usado na Idade Média.


"Sins of the Father" - Written by Tom Waits. / "Sins of the Father" - Escrito por Tom Waits.
(Album - "Real Gone".)
(Original in english. / Original em inglês.)
(Translation by me. / Tradução feita por mim.)


















(Painting by Bansky.)
(Pintura por Bansky.)

Saturday, September 8, 2007

The Frozen Lake

I saw it black down in the lake
The trees were frozen and i was shaking
Their fruits fell hardly on the ground
But they didn't rot or make a sound

I turned away from the water and then i heard somebody call
The world had been covered in shadows while i was aching against the wall
And i say: "Yes!", "you're all i have left, you and your frozen ground
But why have you changed, oh world, without making a sound?"

For long i wandered through the dirt and the rain
Some demons helped me through, some of them had me slain
And i knew no-one had followed me to that frozen ground
For my wounds never bled, never my screams had a sound

But all those demons kept screaming inside my mind
Erasing, killing all hope i tried to find
And there i laid, in that frozen ground
And there i died, silent, without a sound


***


Eu vi tudo escurecer no lago
As árvores estavam geladas e eu estava a tremer
Os seus frutos cairam pesadamente no chão
Mas não apodreceram, nem fizeram qualquer som

Eu virei-me de costas para a água e depois ouvi alguém chamar
O mundo tinha sido coberto por sombras enquanto eu estava a sofrer contra o muro
E eu disse: "Sim!", "és tudo e o que me resta, tu e o teu solo gelado
Mas porque mudaste, oh mundo, sem fazer qualquer som?"

Por muito andei eu pelo pó e chuva
Alguns dos demónios ajudaram-me a continuar, outros esquartejaram-me
E eu sabia que ningém me tinha seguido até aquele chão
Pois as minhas feridas nunca sangraram, nunca os meus gritos tiveram um som

Mas os demónios continuaram a gritar dentro da minha mente
Apagando, matando toda a esperança que eu tentara encontrar
E ali me deitei, naquele chão gelado
E ali morri, silenciosamente, sem qualquer som


Written by me. / Escrito por mim. (Original in english / Original em inglês.)


















(Photo taken by me.)
(Fotografia tirada por mim.)

Monday, August 20, 2007

The End

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes... again

Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need of some stranger's hand
In a desperate land

Lost in a Roman wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah

There's danger on the edge of town
Ride the King's highway, baby
Weird scenes inside the gold mine
Ride the highway west, baby

Ride the snake, ride the snake
To the lake, the ancient lake, baby
The snake is long... seven miles
Ride the snake... he's old, and his skin is cold

The west is the best
The west is the best
Get here, and we'll do the rest

The blue bus is calling us
The blue bus is calling us
Driver, where you taken' us?

The killer awoke before dawn he put his boots on
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall
He went into the room where his sister lived
And...then he paid a visit to his brother
And then he.. he walked on down the hall
And he came to a door, and he looked inside
Father? Yes, Son? I want to kill you...
Mother? I want to fuck you...

Kill, kill, kill, kill, kill, kill...

This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end

It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die

This is the end...


***


Este é o fim
Belo amigo
Este é o fim
O meu único amigo, o fim

Dos nossos planos elaborados, o fim
De tudo o que que se ergue, o fim
Sem segurança nem certeza, o fim
Nunca te irei olhar nos olhos... outra vez

Consegues imaginar o que irá ser?
Tão ilimitado e livre
Desesperadamente precisando da mão de algum estranho
Numa terra desesperada

Perdido numa selva Romana de dôr
E todas as crianças estão loucas
Todas as crianças estão loucas
À espera da chuva de verão

Há perigo na fronteira da cidade
Viaja pela auto-estrada do Rei, querida
Estranhas cenas dentro da mina de ouro
Viaja pela auto-estrada para Oeste, querida

Monta a cobra, monta a cobra
Ele é velho, e a sua pele é fria
A cobra á longa... sete milhas
Monta a cobra... ele é velho, e a sua pele é fria

O oeste é o melhor
O oeste é o melhor
Chega cá, e nós tratamos do resto

O autocarro azul está a chamar por nós
O autocarro azul está a chamar por nós
Condutor, para onde nos trouxeste tu?

O assassino acordou antes da madrugada
Ele calçou as suas botas
Ele tirou uma máscara da galeria anciã
E andou pelo corredor abaixo
Ele entrou no quarto onde a sua irmã morava
E depois ele... fez uma visita ao irmão
E depois ele... andou pelo corredor abaixo
E chegou a uma porta, e olhou lá para dentro
Pai? Sim, filho? Eu quero matar-te...
Mãe? Eu quero foder-te...

Mata, mata, mata, mata, mata, mata...

Este é o fim
Belo amigo
Este é o fim
O meu único amigo, o fim

O fim do riso
E das mentiras ligeiras
O fim das noites
Em que tentámos morrer

Este é o fim...


"The End", escrito por Jim Morrison, of The Doors. / "The End", escrito por Jim Morrison dos The Doors.
(Album - The Doors.)
(Original in english. / Original em inglês.)
(Translation by me. / Tradução feita por mim.)



























(Photo taken by Mariana Mendes.)
(Fotografia tirada pela Mariana Mendes.)

Saturday, August 4, 2007

The Metamorphosis / A Metamorfose

One morning, as Gregor Samsa was waking up from anxious dreams, he discovered that in bed he had been changed into a monstrous verminous bug. He layed on his armour-hard back and saw, as he lifted his head up a little, his brown, arched abdomen divided up into rigid bow-like sections. From this height the blanket, just about ready to slide off completely, could hardly stay in place. His numerous legs, pitifully thin in comparison to the rest of his circumference, flickered helplessly before his eyes.


***


Uma manhã, quando Gregor Samsa estava a acordar dos seus sonhos ansiosos, descobriu que enquanto dormia se tinha transformado num monstruoso e repulsivo insecto. Ele deitou-se nas suas costas duras como uma armadura e viu, quando levantou a sua cabeça um bocado, o seu castanho, curvado abdomen dividido em rígidas secções arqueadas. À sua altura o cobertor, quase a escorregar, mal conseguia ficar em lugar. As suas numerosas patas, lastimávelmente pequenas em comparação com o resto da sua circunferência, tremiam incontrolavelmente diante dos seus olhos.


Franz Kafka, The Metamorphosis (Original in German / Original em Alemão.)
(Translation by me / Tradução feita por mim.)



























(Photo taken by me.)
(Fotografia tirada por mim.)

Tuesday, July 17, 2007

Nine

The words of gods lie among us
In the glazed clay of ruin
At the source of subtle bodies to know the sky
And how it was hammered into place
Where all graces are electric
And the days are all nine
And the nights are all nine
All nine


***


As palavras dos deuses jazem entre nós
No vidracento barro da ruina
Na origem de subtis corpos para conhecer o céu
E a maneira como foi martelado em seu lugar
Onde todas as graças são eléctricas
E os dias são todos nove
E as noites são todas nove
Todos nove


"Nine" - Written by Scott Kelly, of Neurosis. / "Nine" - Escrito por Scott Kelly, dos Neurosis.
(Album - Given to The Rising.)
(Original in english / Original em inglês.)
(Translation by me. / Tradução feita por mim)






(Photo taken by me.)
(Fotografia tirada por mim.)

Thursday, July 12, 2007

Words of Advice For Young People?

People often ask me if I have any words of advice for young people.

Well, here are a few simple admonitions for young and old.

Never interfere in a boy and girl fight.

Beware of whores who say they don't want money. The hell they don't. What they mean is they want MORE money. Much more.

If you are doing business with a religious son of a bitch, get it in writing. His word isn't worth shit, not with the good Lord telling him how to fuck you on the deal.

If, after having been exposed to someone's presence, you feel as though you've lost a quart of plasma, avoid that presence.
You need it like you need pernicious anemia.

Don't like to hear the word "vampire" around here... trying to improve our public image.
Build up a kindly, avuncular, benevolent image.

Interdependence is the key word.
Enlightened interdependence.
Life in all its rich variety, "take a little, leave a little"...

However, by the inexorable logistics of the vampiric parosis,
THEY ALWAYS TAKE MORE THAN THEY NEED.

Avoid fuckups.
You all know the type.
Anything they have, anything to do with no matter how good it sounds, turns into a disaster area.

Do not offer sympathy to the mentally ill.
Tell them firmly:
"I am not paid to listen to this drivel. You are a terminal fool."

Now some of you may encounter the devil's bargain if you get that far. Any old soul is worth saving at least to a priest, but not every soul is worth buying. So you can take the offer as a compliment.

They try the easy ones first, you know, like money (all the money there is).
But who wants to be the richest guy in some cemetery?
Money won't buy it...
Not much to spend it on, eh, Gramps?
Getting too old to cut the mustard.

Have you forgotten something, Gramps?
In order to FEEL something, you have to BE there.
You have to be 18.
You're not 18, you are 78.

Old fool sold his soul for a strap-on.

How about an honorable bargain?
"You always wanted to become a doctor. Now's your chance."
"You could have become a great healer and benefit humanity."
What's wrong with that?
JUST ABOUT EVERYTHING.

There are no honorable bargains involving exchange of qualitative merchandise like souls for quantitative merchandise like time and money.

So piss off, Satan, and don't take me for dumber than I look.

As an old junk pusher told me:
"Watch whose money you pick up."


***


As pessoas perguntam-me com frequência se tenho alguns conselhos para os jovens.

Bem, aqui estão umas quantas simples advertências para os jovens e velhos.

Nunca interfiras numa zanga entre um rapaz e uma rapariga.

Tem cuidado com as putas que dizem que não querem dinheiro. Não querem o tanas. O que elas querem dizer é que querem MAIS dinheiro, muito mais.

Se estás a fazer um negócio com um cabrão religioso fá-lo por escrito. A palavra dele não vale nada, não quando o Senhor o ensinou a lixar-te no negócio.

Se, após teres sido exposto à presença de alguém, te sentes como se tivesses perdido um litro de plasma, evita essa presença.
Precisas dela como precisas de anemia galopante.

Não gostamos de ouvir a palavra “vampiro” por aqui... estamos a tentar melhorar a nossa imagem pública.
Cria uma imagem bondosa, preocupada e benevolente.

Interdependência é a palavra-chave.
Interdependência iluminada.
A vida em toda a sua rica variedade, “Tira um bocado, deixa um bocado.”...

Contudo, pela resistente lógica da apoplexia vampírica,
ELES LEVAM SEMPRE MAIS DO QUE PRECISAM.

Evita todos os enganos.
Todos vocês sabem de que tipo.
Qualquer coisa que eles tenham, qualquer coisa que eles tenham a ver com não importa o quão bom isso parecer, torna-se numa área de desastre.

Não ofereças simpatia aos doentes mentais.
Diz-lhes firmemente:
“Eu não estou a ser pago para ouvir estes disparates. Tu és um imbecil terminal.”

Tu podes encontrar a pechincha do Diabo, se chegares tão longe. Qualquer velha alma vale a pena ser salva, pelo menos para um padre, mas nem todas as almas valem a pena ser compradas, por isso podes aceitar essa oferta como um elogio.

Eles tentam sempre os mais fáceis primeiro, sabes, como o dinheiro (todo o dinheiro que há).
Mas quem quer ser o gajo mais rico em algum cemitério?
Não te resta muito em que gastá-lo, não é, avôzinho?
-- estás a ficar demasiado velho para cortar a mostarda –-

Não te esqueces-te de algo, avôzinho?
Para poderes SENTIR algo, tens que ESTAR lá.
Tens que ter dezoito anos.
Tu não tens dezoito anos, tens setenta e oito.

Velho imbecil vendeu a sua alma por um strap-on.

E que tal uma pechincha honrosa?
“Tu sempre quiseste ser um médico. Aqui tens a tua oportunidade.”
“Podias tornar-te num grande curador e beneficiar a humanidade.”
Que há de errado com isso?
QUASE TUDO.

Não existem pechinchas honrosas envolvendo mercadoria de qualidade, como almas, por mercadoria quantitativa, como tempo ou dinheiro.

Por isso... vai à merda, Satanás, e não me tomes tão estúpido como pareço ser.

Como um velho lixeiro me disse:
“Tem cuidado com de quem aceitas dinheiro."


Written by William Burroughs. / Escrito por William Burroughs (Translation by me. / Tradução feita por mim.)






(Me reading the poem.)
(Eu a ler o poema.)


Post dedicated to the "Naked Lunch" Blog.
Post dedicado ao blog "Naked Lunch".

Wednesday, July 4, 2007

Every Road Brings Us On

There was a bird that, through all of his life, the same tree.
He never left the same area for very long.
It was a tree who had grown a little far from the other trees, who had grown together.The bird and the lonely tree were friends.
And one day the tree said to the bird: "I never told you this, but everytime you perch on top of me, you hurt me with your claws.", she said with a sad voice.
And the bird said:"I know.", said the bird, too, with a sad voice.
There was a short silence.
Then the bird said:"Maybe you don't know it, because you are here so alone, but everything in this world suffers...", the bird looked down for a while, and then he continued "... everytime, when the wind blows, rocks roll down the hills, and they hurt. Everytime i take flight, i hurt the wind with my wings... that which does not suffer, cannot be touched."
"Why", the bird continued "have you never told me that before?"
And the tree said:
"Because your presence atones the suffering."


***


Havia um pássaro que durante toda a sua vida poisava na mesma árvore.
Ele nunca deixava a mesma zona por muito tempo. Ela tinha crescido um pouco longe das outras árvores, que tinham crescido juntas.
O pássaro e a árvore solitária eram amigos.
E um dia, a árvore disse ao pássaro:
"Eu nunca te tinha dito isto, mas sempre que tu poisas em cima de mim, magoas-me com as tuas garras.", disse ela com uma voz triste.
"Eu sei.", disse o pássaro, tambem ele com uma voz triste.
Houve um curto silêncio.
"Talvez tu não saibas, por viveres aqui tão sozinha, mas tudo neste mundo sofre...", o pássaro olhou para baixo por um bocado, e depois continuou "... sempre que o vento sopra, pedras rolam pelas colinas abaixo, e elas magoam-se. Sempre que levanto vôo, eu magoo o vento com o bater das minhas asas... aquilo que não sofre, não pode ser tocado.
"Porque", continuou o pássaro "é que nunca me tinhas dito isso antes?"
E a árvore disse:
"Porque a tua presença compensa o sofrimento."


Written by me / Escrito por mim (Original in english / Original em inglês.)


















(Drawing by Frances Jones.)
(Desenho feito pela Frances Jones.)

Friday, June 29, 2007

The Old Man

The abyss is despair, with no hope to return below.
The beggining is despair, of the agony of the initial inertia.
We are nowhere in time, but not in this world.
We are nowhere in time in the fraction of moment in between the two worlds.
A melody, not a rythm.
The world will last - just not that to what we call world.


***


O abismo é desespero, sem esperança de voltar abaixo.
O princípio é desespero, da agonia da inércia inicial.
Somos intemporais, mas não neste mundo.
Somos intemporais no fragmento de momento, entretanto, entre os dois mundos.
Uma melodia, não um ritmo.
O mundo irá durar - apenas não aquilo a que chamamos mundo.


- Written by me./Escrito por mim. (Original in English/Original em Inglês).


Monday, June 18, 2007

The Raven

The Raven


Once upon a midnight dreary, while I pondered weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.
`'Tis some visitor,' I muttered, `tapping at my chamber door -
Only this, and nothing more.'

Ah, distinctly I remember it was in the bleak December,
And each separate dying ember wrought it’s ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; - vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow - sorrow for the lost Lenore -
For the rare and radiant maiden whom the angels named Lenore -Nameless here for evermore.

And the silken sad uncertain rustling of each purple curtain
Thrilled me - filled me with fantastic terrors never felt before;
So that now, to still the beating of my heart, I stood repeating
`'Tis some visitor entreating entrance at my chamber door -
Some late visitor entreating entrance at my chamber door; -
This it is, and nothing more,'

Presently my soul grew stronger; hesitating then no longer,
`Sir,' said I, `or Madam, truly your forgiveness I implore;
But the fact is I was napping, and so gently you came rapping,
And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door,
That I scarce was sure I heard you' - here I opened wide the door; -Darkness there, and nothing more.

Deep into that darkness peering, long I stood there wondering, fearing,
Doubting, dreaming dreams no mortal ever dared to dream before
But the silence was unbroken, and the darkness gave no token,
And the only word there spoken was the whispered word, `Lenore!'
This I whispered, and an echo murmured back the word, `Lenore!'Merely this and nothing more.

Back into the chamber turning, all my soul within me burning,Soon again I heard a tapping somewhat louder than before.
`Surely,' said I, `surely that is something at my window lattice;
Let me see then, what thereat is, and this mystery explore -
Let my heart be still a moment and this mystery explore; -
'Tis the wind and nothing more!'

Open here I flung the shutter, when, with many a flirt and flutter,
In there stepped a stately raven of the saintly days of yore.
Not the least obeisance made he; not a minute stopped or stayed he;
But, with mien of lord or lady, perched above my chamber door -
Perched upon a bust of Pallas just above my chamber door -
Perched, and sat, and nothing more.

Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,
By the grave and stern decorum of the countenance it wore,
`Though thy crest be shorn and shaven, thou,' I said, `art sure no craven.
Ghastly grim and ancient raven wandering from the nightly shore -
Tell me what thy lordly name is on the Night's Plutonian shore!
'Quoth the raven, `Nevermore.'

Much I marvelled this ungainly fowl to hear discourse so plainly,
Though its answer little meaning - little relevancy bore;
For we cannot help agreeing that no living human being
Ever yet was blessed with seeing bird above his chamber door -
Bird or beast above the sculptured bust above his chamber door,
With such name as `Nevermore.'

But the raven, sitting lonely on the placid bust, spoke only,
That one word, as if his soul in that one word he did outpour.
Nothing further then he uttered - not a feather then he fluttered -
Till I scarcely more than muttered `Other friends have flown before -
On the morrow will he leave me, as my hopes have flown before.'
Then the bird said, `Nevermore.'

Startled at the stillness broken by reply so aptly spoken,
`Doubtless,' said I, `what it utters is its only stock and store,
Caught from some unhappy master whom unmerciful disaster
Followed fast and followed faster till his songs one burden bore -
Till the dirges of his hope that melancholy burden bore
Of "Never-nevermore."'

But the raven still beguiling all my sad soul into smiling,
Straight I wheeled a cushioned seat in front of bird and bust and door;
Then, upon the velvet sinking, I betook myself to linking
Fancy unto fancy, thinking what this ominous bird of yore -
What this grim, ungainly, gaunt, and ominous bird of yore
Meant in croaking `Nevermore.'

This I sat engaged in guessing, but no syllable expressing
To the fowl whose fiery eyes now burned into my bosom's core;
This and more I sat divining, with my head at ease reclining
On the cushion's velvet lining that the lamp-light gloated o'er,
But whose velvet violet lining with the lamp-light gloating o'er,
She shall press, ah, nevermore!

Then, methought, the air grew denser, perfumed from an unseen censerSwung by Seraphim whose foot-falls tinkled on the tufted floor.
`Wretch,' I cried, `thy God hath lent thee - by these angels he has sent thee
Respite - respite and nepenthe from thy memories of Lenore!
Quaff, oh quaff this kind nepenthe, and forget this lost Lenore!'
Quoth the raven, `Nevermore.'

`Prophet!' said I, `thing of evil! - Prophet still, if bird or devil! -
Whether tempter sent, or whether tempest tossed thee here ashore,
Desolate yet all undaunted, on this desert land enchanted -
On this home by horror haunted - tell me truly, I implore -
Is there - is there balm in Gilead? - Tell me - tell me, I implore!'
Quoth the raven, `Nevermore.'

`Prophet!' said I, `thing of evil! - Prophet still, if bird or devil!
By that Heaven that bends above us - by that God we both adore -
Tell this soul with sorrow laden if, within the distant Aidenn,
It shall clasp a sainted maiden whom the angels named Lenore -
Clasp a rare and radiant maiden, whom the angels named Lenore?'
Quoth the raven, `Nevermore.'`

Be that word our sign of parting, bird or fiend!' I shrieked upstarting -
`Get thee back into the tempest and the Night's Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul hath spoken!
Leave my loneliness unbroken! - Quit the bust above my door!
Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!
'Quoth the raven, `Nevermore.'

And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting
On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon's that is dreaming,
And the lamp-light o'er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!



***


The Raven (O Corvo)


Uma vez numa meia-noite sombria, enquanto eu ponderava fraco e cansado,
Sobre um notável e curioso livro sobre tradições esquecidas,
Enquanto eu olhava, quase dormindo, de repente ouvi um bater,
Como se de alguém a bater de leve, a bater de leve à porta do meu quarto.
“È alguma visita,” murmurei eu, “a bater à porta do meu quarto
Apenas isto, e nada mais.”

Ah, distintamente eu me lembro, foi no melancólico Dezembro,
E cada pedaço separado de carvão a morrer desenhava o seu fantasma no chão.
Avidamente desejei a manhã, - em vão procurei encontrar
Nos meus livros um cessar de tristeza – tristeza pela perda de Lenore -
Pela preciosa e radiante dama a quem os anjos deram o nome Lenore –
Sem nome, daqui, para todo o sempre.

E o sedoso triste incerto sussurrar de cada cortina púrpura
Exaltou-me – encheu-me de terrores fantásticos nunca antes sentidos;
Tanto que agora, com o silencioso bater do meu coração, eu parei, repetindo
“É alguma visita a pedir entrada à porta do meu quarto -
Alguma visita tardia a pedir entrada à porta do meu quarto; -
Apenas isso, e nada mais,”

Logo a minha alma ganhou força; hesitando então não mais,
“Senhor,” disse eu, “ou Senhora, sinceramente o seu perdão eu imploro;
Mas acontece que eu estava a dormitar, e tão gentilmente você veio bater,
Tão de leve veio bater, bater à porta do meu quarto,
Que eu pouca certeza tive de o ter ouvido” – Dito isto abri a porta; -
Escuridão ali, e nada mais.

Para o fundo daquela escuridão espreitando, por muito tempo ali fiquei pensando, temendo,
A duvidar, a sonhar sonhos que nenhum mortal alguma vez se tinha atrevido a sonhar
Mas o silêncio era incorrupto, e a escuridão não teve descanso,
E a única palavra ali falada era a palavra sussurrada “Lenore!”
Isto eu sussurrei, e um eco murmurou de volta a palavra “Lenore!”
Meramente isto, e nada mais.

Ao voltar-me para o quarto, toda minha alma dentro de mim ardia,
Cedo ouviria outro bater, algo bastante mais alto do que antes.
“Decerto,” disse eu, ”decerto é algo na grade da minha janela;
Deixa-me ver, então, o que lá está, e este mistério explorar -
Deixa o meu coração repousar por um momento, e este mistério explorar; -
É o vento, e nada mais!”

Então aberta, eu agitei a persiana, quando, com muito esvoaçar e alvoroço,
Lá dentro entrou um imponente corvo dos santos tempos passados.
Nem uma pequena mesura ele fez; nem por um minuto parou ou ficou quieto;
Mas com conduta de lorde ou madame, poisou em cima da minha porta do meu quarto –
Poisou em cima de um busto de Atenas por cima da porta do meu quarto –
Poisou e ficou, e nada mais.

Então esta negra ave tentava a minha triste figura ao sorriso,
Pelo solene e sombrio decoro da fisionomia que usava
“Apesar da tua crista ser cortada e aparada, tu,” disse eu, “de certeza não és cobarde
Abominável triste e ancião corvo errante da costa nocturna
Diz-me qual orgulhoso nome é o teu na Plutónia costa nocturna!”
Disse o corvo “Nunca mais.”

Muito admirei esta peculiar ave ao ouvir discurso tão claro,
Apesar da sua resposta pouco significado – pouca relevância conter;
Pois não podemos deixar de concordar que nenhum ser humano vivo
Alguma vez foi abençoado com a visão de uma ave por cima da porta do seu quarto –
Ave ou besta por cima do busto esculpido por cima da porta do seu quarto,
Com tal nome como “Nunca mais.”

Mas o corvo, sentado solitário no tranquilo busto, disse apenas,
Aquela palavra, como se a sua alma nela palavra deixasse fluir.
Nada mais exprimiu então – nem uma pena abanou então -
Até que eu pouco mais que murmurei “Outros amigos voaram antes –
Na madrugada ele ir-me-á deixar, como as minhas esperanças voaram antes.”
Então disse o corvo “Nunca mais.”

Desconcertado pela calma quebrada por resposta tão habilmente falada,
“Sem dúvida,” disse eu “o que exprime são apenas repetições,
Aprendidas a partir de algum dono descontente cujo impiedoso desastre
Seguiu rápido e mais rápido até que das suas canções um fardo carregasse
Até que das canções da sua esperança que de melancolia um fardo carregavam
De “Nunca- nunca mais” ”.

Mas o corvo ainda tentava a minha triste alma ao sorriso,
A direito empurrei um sofá almofadado em frente da ave, do busto e da porta;
Então, enterrando-me no veludo, cometi-me a fazer a ligação
Vista com vista, pensando o que esta sofredora ave dos tempos passados -
O que este triste, peculiar, melancólica, e sofredora ave dos tempos passados
Queria dizer, grasnando, com “Nunca mais.”

Nisto eu me sentei cometido a pensar, mas sem sílaba expressar,
À ave doméstica cujos ardentes olhos ardiam agora dentro do núcleo do meu ìntimo;
Isto e mais eu me sentei adivinhando, com a minha cabeça calmamente reclinada
No rebordo purpura do sofá almofadado cuja luz do candeeiro brilhava por cima,
Mas em cujo rebordo púrpura violeta do sofá almofadado com a luz do candeeiro a brilhar por cima,
Ela deixará a sua marca, ah, nunca mais!

Então, pareceu-me, que ar ficou mais denso, perfumado por um invisível queimador de incenso
Agitado por Serafim cujos passos tiniam no chão oco.
“Maldição,” chorei eu “o teu Deus te emprestou – por estes anjos ele te enviou
Dá descanso – dá descanso e nepente às memórias da Lenore!
Bebe, oh, bebe este bondoso nepente, e esquece esta perdida Lenore!”
Disse o corvo “Nunca mais.”

“Profeta,” disse eu, “coisa de Mal! - Ainda Profeta, se ave ou demónio! -
Que um tentador enviou, ou que uma tempestade aqui atirou vindo da costa,
Desolado, ainda assim inabalado, nesta terra deserta encantado –
Nesta casa por horror assombrada – Diz-me sinceramente, eu te imploro –
Há - Há bálsamo em Gilead? – Diz-me – Diz-me, eu te imploro!”
Disse o corvo “Nunca mais.”

“Profeta,” disse eu, “coisa de Mal! - Ainda Profeta, se ave ou demónio! -
Por aquele Paraíso que se contorce acima de nós – Por aquele Deus que ambos adoramos –
Diz a esta alma com pesada mágoa se, na distante Aidenn,
Ela irá abraçar a santificada dama, a quem os anjos deram o nome de Lenore -
Abraçar a preciosa e radiante dama, a quem os anjos deram o nome de Lenore?”
Disse o corvo “Nunca mais.”

“Que seja essa palavra o nosso sinal de despedida, ave ou demónio!”, berrei eu aterrorizado –
“Vai de volta à tempestade e a costa Plutónia nocturna!
Não deixes uma negra pena que seja como lembrança da mentira que tua alma falou!
Deixa a minha solidão inviolada! – Sai do busto acima da minha porta!
Tira teu bico do meu coração, e tira tua figura da minha porta!”
Disse o corvo “Nunca mais.”

E o corvo, sem nunca se mexer, ainda está sentado, ainda está sentado
No pálido busto de Atenas acima da porta do meu quarto;
E os seus olhos tem todo o aspecto de um demónio que está sonhando,
E a luz da lâmpada que acima dele brilha atira a sua sombra sobre o chão,
E a minha alma, para fora daquela sombra, que jaz flutuando no chão
Será levantada – nunca mais!


Written by Edgar Allan Poe. / Escrito por Edgar Allan Poe. (Translation by me. / Tradução feita por mim.) (Original in english / Original em inglês.)




Yer Blues - Keith Richards - Bass, Eric Clapton - Lead guitar, John Lennon - Rythm guitar, Mitch Michell - Drums.

Tuesday, June 5, 2007

Live

To exist is so vague...

I'm just an atomic stain
In the middle of a future atomic stain

Our greatness is an irrelevant ilusion
Compared to the Universe
All of this will last no more then half a second

Like the atom we watch appearing and dying
That is how we are - That is the way the world is

To exist is too vague -

That is not our function...


***


Existir é tão vago...

Sou apenas uma mancha atómica
No meio de uma futura mancha atómica

A nossa grandeza é uma ilusão irrelevante
Em relação ao Universo
Tudo isto não irá durar mais que meio segundo

Como o àtomo que vemos aparecer e morrer
Assim somos nós - assim è o mundo

Existir é demasiado vago -

Não é essa a nossa função...


Written by me/Escrito por mim. (Original in Portuguese/Original em Português.)



























Photo of a Buddha statue in Ayuthaya in Tailand. A tree grew around the face of Buddha.
Foto de uma estátua de Buda em Ayuthaya na Tailândia. Uma árvore cresceu á volta da face de Buddha.

Monday, June 4, 2007

Red City Of The Red Lights

Red lights of the red city
When will you cease?

The strange driver offers you a ride
You read the message in a warrior's code
His eyes burn like the lakes in your childhood's nightmares
His legs are steady like a statued horse
«I can kill you anytime i like,» he says,
«But the ride is on me»

Birds don't sing in the red city
They cry above the red lights
Every one of their cries is like the whisper of a gunshot
They fly under the purple storming sky round and round and nearly mute

Barely their names
Are whispered from the shore


***


Luzes vermelhas da cidade vermelha
Quando irão vocês parar de brilhar?

O estranho condutor oferece-te uma boleia
Tu lês uma mensagem num código de guerreiro
Os seus olhos ardem como os lagos nos pesadelos da tua infância
As suas pernas são firmes como a estátua de um cavalo
«Eu posso-te matar quando me apetecer,» diz ele,
«Mas a boleia é por minha conta»

Os pássaros não cantam na cidade vermelha
Eles choram acima das luzes vermelhas
Cada um dos seus choros é como o sussurro de um tiro
Eles voam abaixo do tempestuoso céu púrpura em voltas e voltas e quase mudos

Mal os seus nomes
São sussurrados da costa


- Written by me/Escrito por mim. (Original in English/Original em Inglês)




















(Photo taken by me.)
(Fotografia tirada por mim.)

Sunday, June 3, 2007

Naked Lunch/Festim Nu

What happens when there are no limits? What is the destiny of the earth-where-all-is-allowed? Men transformed into enormous centipedes... centipedes surrounding houses... a man tied to a bed and a 3 meter long centipede sodomizing him. Is this literal? Did some revolting metamorphosis ocurr? What is the meaning of the simbol of the centipede?


***


O que acontece quando não há limites? Qual é o destino da terra-onde-tudo-é-permitido? Homens transformados em enormes centopeias... centopeias a cercar casas... um homem amarrado a uma cama e uma centopeia de três metros de comprimento a sodomizá-lo. É isto literal? Será que alguma revoltante metamorfose ocorreu? Qual é o significado do símbolo da centopeia?


- William Burroughs, (In the book "Queer" / No livro "Queer") (Original in English/Original em Inglês)





















(Painting by Viktor Oliva entitled "Absinthe Drinker", one of my favorite paintings.)
(Quadro pintado por Viktor Oliva com o nome de "Absinthe Drinker (Bebedor de Absinto)", um dos meus quadros preferidos.)